Cambodja

cambojaO Camboja foi ao inferno e voltou. De 1969 a 1975, sofreu intensos bombardeios dos EUA na tentativa de dizimar os guerrilheiros do Vietcong infiltrados na região da fronteira. O cenário serviu para o fortalecimento do movimento revolucionário comunista Khmer Vermelho que, liderado por Pol Pot, derrubou o governo em 1975, evacuou as cidades e criou uma economia agrária baseada na coletivização da produção. Na prática, tratou-se de uma das maiores carnificinas já vistas, com estimados dois milhões de mortos de uma população de quatro milhões de pessoas.

Esse cenário, felizmente, está enterrado. Reino de contrastes sociais visíveis e de pobreza extrema, o Camboja se abriu recentemente ao turismo e passou a figurar no roteiro dos viajantes no sudeste asiático, com a oferta de paisagens naturais estonteantes, ruínas milenares e um povo que não economiza nos sorrisos e nos bons tratos aos estrangeiros. A jóia da coroa são as ruínas de Angkor Wat. Localizados nas imediações da cidade de Siem Reap, os mais de 30 templos que formam o complexo já abrigaram o maior império do sudeste asiático, o Khmer, que se estendia da Tailândia ao Vietnã. Hoje, recebem milhares de turistas que garantem boa parte da fonte de renda desse pequeno reinado.

Com praias tão belas e bem mais vazias do que as da vizinha Tailândia, cozinha delicada e aromática, místicos templos e uma capital cosmopolita, o Camboja é um dos destinos mais empolgantes do Sudeste Asiático.

Uma visita ao país, ainda em reconstrução após uma guerra civil que matou quase um terço da população, é uma aula de história, um deleite arquitetônico e um exemplo tocante de sobrevivência.

A capital Phnom Penh

Centenas de monges cobertos em vestes cor de açafrão caminham tranquilamente em bulevares arborizados, rumo aos templos budistas. O contraste é nítido face à cacofonia de motos, tuk-tuks, bicicletas e veículos que disputam um lugar nas ruas.

Os mercados – ricos em sedas, comidas, pechinchas diversas e souvenires – borbulham desde as seis da manhã. Um grupo de turistas ingleses bebe chope vendido a 50 centavos de dólar às margens do rio Tonlé Sap, enquanto um elefante caminha tranquilamente pelas ruas.

Phonm Penh (pronuncia-se Nón Pén), uma das capitais mais atraentes do Sudeste Asiático é relativamente pequena. A maior parte das suas atrações fica no centro, seu bairro mais agradável, e pode ser percorrida a pé. Reserve ao menos dois dias para sua visita, idealmente três. 

Palácio Real e o Pagoda de Prata 

Pagoda de Prata, no Palácio Real, é minuciosamente decorado com pedras preciosas –Ao visitar a residência do Rei Norodom Sihamoni, construída no século 19, lembre-se de usar uma roupa que cubra suas pernas e ombros. O palácio, com seus domos khmer e detalhes dourados é ponto de referência visual e atração mais ilustre da capital do país. Um santuário de paz dentro da agitada metrópole, o complexo abriga pavilhões de arte, jardins exuberantes e inúmeros templos construídos no tradicional estilo arquitetônico Khmer.

Indispensável é a visita ao Pagoda de Prata, dentro do complexo, que deve seu nome ao chão construído com mais de 5 mil placas do metal precioso, cada uma pesando um quilo. Budas em cristal Baccarat, ouro, mármore e pedras preciosas, assim como artesanatos, joias e afrescos dão uma amostra de todo o brilho e riqueza da arte Khmer.

 

A Terra do Nunca dos adultos: Sihanoukville: O principal balneário do país, na costa sul, é a terra dos excessos. Venha para comer como rei, beber feito esponja e festejar como se todo dia fosse sábado, gastando quase nada. Bares oferecem “buckets” – ou baldes – com garrafinhas de cerveja gratuitamente pra quem se apresenta na hora certa. Ah, sim: as praias têm areia branca e ilhas tropicais preservadas. 

Os templos de Angkor 

Siem Reap, destino obrigatório (e às vezes único) de quem vem ao Camboja, é ponto de partida para o que algumas pessoas chamam oitava maravilha do mundo: Angkor Wat. O templo, que estampa a bandeira nacional, que dá nome à cervejas e hotéis, é muito mais do que uma obra de arte arquitetônica: ele é o epicentro e fonte maior de orgulho da civilização Khmer, um casamento estonteante de espiritualidade e simetria. Angkor Wat é considerado o maior edifício religioso do mundo.

O complexo Angkor, que conta com quase mil ruínas de templos em diferentes estados de conservação pode ser visitado de tuk-tuk, carro ou bicicleta, em passes de 1, 3 ou 7 dias. Além de Angkor Wat, é bastante célebre o templo de Ta Prohm, cenário do filme Tomb Raider.